5 anos ago · Hugo Canão · 0 comments
Doenças de Primavera
Após o dilúvio dos dias chuvosos que já não se registavam há muitos anos em Portugal, vamos dar início efetivo ao tempo digno de Primavera. Com esta estação chegam também alguns problemas de saúde ou o aumento de alguns já existentes. Estou evidentemente a falar de asma, sinusite e rinite alérgica.
Para a medicina chinesa, todas estas patologias reúnem-se em um só conceito: desequilíbrio da Wei Chi (energia responsável pelas nossas defesas). Como tal não me é de todo estranho que pacientes que tratei com estes problemas também tivessem já sofrido de eczema, urticária, conjuntivite e dores de cabeça. Todas estas manifestações são oriundas de uma resposta imunológica que se encontra desregulada por excesso, isto é, o lado defensivo da nossa imunidade esta a ser claramente extenso e exagerado, daí o surgimento das mesmas.
Cabe à medicina chinesa, através de acupuntura e fitoterapia, harmonizar as defesas do organismo com a inserção de agulhas indolores em sítios específicos do corpo e fórmulas à base de ervas chinesa que vão auxiliar o tratamento na sua generalidade.
Importante será referir que este não é apenas um tratamento sintomático, pois a percentagem de cura é bastante favorável, principalmente na camada mais jovem, algo impensável à luz da medicina convencional.
Vejamos um caso clínico comum nas minhas clínicas:
Professora, 38 anos, fumadora, apresenta sinusite e rinite associadas há cerca de 20 anos. Fruto da sua profissão, por estar diariamente em contacto com o pó do diz do quadro, desenvolveu uma rinite alérgica bastante acentuada que a incomoda severamente no ritmo de trabalho. Refere também bastantes dores de cabeça relacionadas com a incidência da sinusite.
Após quatro sessões de acupuntura, uma vez por semana, a paciente referiu que os espirros e o congestionamento nasal eram menos intensos e frequentes. Na oitava sessão, as dores de cabeça eram praticamente inexistentes e já conseguia faze caminhadas e atividades, no ginásio, com maior resistência. Passados quase seis meses (agora já em tratamentos quinzenais), na décima sexta sessão, a paciente já não apresente sinais de rinite e os episódios de sinusite são esporádicos e de fraca intensidade. Encontra-se bastante satisfeita com o tratamento e já não usa anti-histamicos e/ou anti-inflamatórios.
Perante o sucesso no tratamento desta patologia, em breve, vai iniciar o tratamento para deixar de fumar e penso que não será necessário enumerar as vantagens para a saúde, pois são bem conhecidas por todos, inclusive pelos atuais fumadores.
Já diz e de forma o ditado português “Não mata, mas mói!”. Estas são patologias crónicas que diminuem a nossa qualidade de vida e bem-estar, sendo este um registo comum a muitos pacientes já tratados com sucesso.
Hugo Canão
Especialista em Acupuntura e Medicina Chinesa